Como assim, morrer? Mas não era Natal!? Como assim?
Por que quebrar a nossa jura secreta?
Por que assim de repente?
Por que nunca mais te ver?
Não era bom?
Me perco nesse imenso mar de palavras
Entre pétalas secas, lápis de cores, passarinhos, folhas de papel
Insisto em cantar seu nome…
O que foi mesmo o que disse?
Reviro a sua alma abrindo baús
O perfume de seu cigarro, persiste
O hálito do seu conhaque barato, irrita
Por que penar a sua ausência?
Por que alimentar o seu fantasma?
Onde foi parar
O cheiro bom dos seus cabelos?
Seus beijos na boca?
Aquele abraço apertado?
Aquela promessa de vida?
Você se esqueceu?
Na maldição do amor
nascemos um para o outro
E em laços de morte nos unimos
Em nome do seu e do meu próprio nome
Nesse ofício de viúva, sigo
Agora e na hora da nossa morte
Amém!
23/12/16 Salvador